O Xadrez no Desporto Escolar em Leiria

Este é o Blog oficioso dos Núcleos de Xadrez do Desporto Escolar da Coordenação Educativa de Leiria (CE Leiria). Nele irão ser colocados todos os materiais elaborados pelos Coordenadores dos Núcleos, fotografias de actividades, materiais de apoio, modelos de material, divulgação de actividades, classificações de provas e outros que se ache interessante divulgar. É ainda um lugar de debate de ideias e em que os próprios alunos poderão dialogar, apresentar-se e colocar questões.

novembro 30, 2007

Vergonha...

Hoje, dia de Greve da Função Pública, confesso que fui trabalhar. Que isto não está propriamente bom para se perder um dia de salário, porque as avaliações dos professores que estão para chegar são uma incógnita e porque a turma que eu ia ter precisava mesmo desta aula.

Mas, se o arrependimento matasse... Cheguei à Escola e quase não havia funcionários (isto é um exagero, pois, desde que a Escola foi agrupada, o facto de as nossas Escolas do 1º Ciclo precisarem de funcionários roubou, à Escola-Sede, já 6 funcionários - o Bar passou a fechar ao Almoço, a Papelaria agora vai passar a fechar de tarde e assim sucessivamente...). Mas, quando me dirigi ao Bar, para comer no intervalo das 10.00 horas, apercebi-me de muito barulho (os nossos miúdos a protestar...) e da porta fechada... Voltando à Sala dos Professores, uma colega caridosa arranjou-me meia maçã (o que é, para um corpinho Danone como o meu, manifestamente pouco...) e ao perguntar aos colegas do Conselho Executivo porque a Escola não fechava foi-me dito, taxativamente, que tinham ordens...!

Se as primeiras aulas foram complicadas, as segundas (com uma aluna quase a desmaiar de fome...) foram indescritíveis. E quando tentei levar os meus alunos ao café mais próximo foi-me dito, taxativamente, que tal não era possível. Felizmente nessa altura apercebi-me que a Chefe dos Funcionários estava a distribuir pão simples e pães de leite aos alunos (quem paga o prejuízo à Escola...?) o que amenizou a situação...

Este é um dia em que um homem tem muita vergonha de dizer que é funcionário público e funcionário do Ministério da Educação.

HAJA VERGONHA...!

novembro 25, 2007

António Rómulo Gedeão de Carvalho...



SCT 2007 - Tertúlia on-line XI

O último Alquimista

Era uma vez um Cientista com alma de Poeta.

Era um Senhor (muito sério) com uma vontade juvenil de escrever.
Era um Professor (um Mestre) que era trocista sem saber.
Era um Anarquista com regras e vontades...

Obrigado, Rómulo, por teres sido outro pai fundador,
agora do saber científico que não te merecia,
escritor de manuais escolares e livros científicos,
que o meu avó e o meu pai e eu (e um dia meu filho) leram.
Saciaste a nosso sede de saber e tudo fizeste para combater a ignorância.

Mas, acima de tudo, António, é a ti que estamos mais agradecidos.
A tua Poesia, clara e científica mas bela e que chegava ao coração,
fez mais por nós do que tu podias pensar.
A tua Poesia é bela como a Física (e a Química, e a Astronomia, e a Biologia...).
Escreveste como um Pintor renascentista pintaria este Mundo.
O teu sarcasmo tudo mostrava, singelo e único, sem artifícios.
E, sendo quem eras, soubeste partilhar connosco as tuas Letras.

Obrigado Rómulo.
Obrigado António...


NOTA: Poema inédito, de Pedro Luna, publicado
originalmente no Blog Geopedrados em 24.11.2005.

SCT 2007 - Tertúlia on-line X


Como está quase a terminar a Semana da Ciência e Tecnologia 2007, não podíamos deixar de recordar o mais famoso poema de Gedeão, que colocámos no post inicial desta série, imortalizado no Zip-Zip por Manuel Freire, aqui num filme muito interessante retirado do YouTube.


SCT 2007 - Tertúlia on-line IX



Publiquei o ano passado no Geopedrados, em post de 21.11.2006, este poema de uma nossa leitora, a Madalena, autora do Blog Pomarão e na altura então com 9 anos. É uma honra pudermos republicar a sua homenagem a Rómulo de Carvalho:

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho

Tem seu pseudónimo
António Gedeão
Nome engraçado
Pois termina em ão!

Poesia escreveu
Com palavras rimou
Algumas profissões escolheu
Um rumo tomou.

Pedra Filosofal
Lágrima de Preta
Seus mais conhecidos poemas
Bonitos de encantar
Muitos o leram
Como ele quiseram rimar.

Investigações fez
Deu-as a Portugal
Nobre país
Sua terra natal.

Importante foi
Rómulo de Carvalho
Em sua honra vamos ler
Estes versos
Em seu centenário.

SCT 2007 - Tertúlia on-line VIII

Aqui fica a surpresa prometida: um filme feito por mim da canção Lágrima de Preta (poesia de António Gedeão), na versão original cantada por Adriano Correia de Oliveira (música de José Niza).


novembro 24, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line VII



Poema do eterno retorno

Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
se a mesma causa desse sempre o mesmo efeito
e para o mesmo efeito houvesse sempre a mesma causa,
então o meu salgueiro
havia um dia de ressuscitar.

Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
eu próprio,
na efemeridade eternamente repetida
deste momento de agora,
tornaria a rever o meu salgueiro.

Se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
os milhões de milhões de milhões de átomos
que compõem os milhões de milhões de milhões de galáxias
dispostos de milhões de milhões de milhões de maneiras diferentes,
teriam forçosamente de repetir,
daqui a milhões de milhões de milhões de séculos,
exactíssimamente a mesma posição que agora têm.

E então,
nesse dia infinitamente longínquo mas finitamente próximo,
eu, Fulano de Tal,
Filho legítimo de Fulano de Tal e de Dona Fulana de Tal,
nascido e baptizado na freguesia de Tal,
a tantos de Tal,
neto paterno de Fulanos de Tal,
e materno de Tal e Tal,
etc. e tal,
se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos,
encontrar-me-ia no mesmo ponto do mesmo Universo
a olhar parvamente para o meu salgueiro.

Isto, é claro,
se não houvesse mais nada
(mesmo mais nada)
senão átomos.

in Novos Poemas Póstumos (1990)

novembro 23, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line VI



Lição sobre a água


Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

in Linhas de Força - António Gedeão

novembro 21, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line V



Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.

A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.

in Novos Poemas Póstumos (1990)

SCT 2007 - Tertúlia on-line IV



Poema para Galileo


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.



Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!



Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.



Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.



Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.



Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.



Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.



Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.

novembro 20, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line III

Semana da Ciência e Tecnologia 2007 - Tertúlia on-line II


Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)


Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

in http://www.citi.pt/

Caricatura in Blog Desenhos do Rui

novembro 19, 2007

Semana da Ciência e Tecnologia 2007 - Tertúlia on-line I


Tertúlia On-Line de Comemoração da Semana da Ciência e Tecnologia e do Aniversário do Nascimento de Rómulo de Carvalho

Na semana em que se comemoram os 101 anos do nascimento de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, nome do cientista e pedagogo também conhecido pelo pseudónimo literário de António Gedeão, o Blog associa-se às comemorações da Semana da Ciência e Tecnologia e do Dia Nacional da Cultura Científica, promovidas pela Ciência Viva, através da divulgação de alguma poesia deste autor.



Pedra filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral
pináculo de catedral
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo de Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

in Movimento Perpétuo, 1956

Semana da Ciência e da Tecnologia - Actividade do nosso Blog II


Tertúlia On-Line de Comemoração da Semana da Ciência e Tecnologia e do Aniversário do Nascimento de Rómulo de Carvalho

Pretendemos fazer a comemoração on-line da Semana da Ciência e Tecnologia 2007, com publicação de textos e poemas alusivos à temática, neste e noutros Blogues. Neste momento (23.30 horas de 18.11.2007) os Blogues participantes inscritos são:

Ficamos à espera de mais adesões...

Semana da Ciência e da Tecnologia - Actividade do nosso Blog


Tertúlia On-Line de Comemoração da Semana da Ciência e Tecnologia e do Aniversário do Nascimento de Rómulo de Carvalho

É, para além da observação astronómica que adiámos, a nossa actividade deste ano para esta semana tão especial. Pretendemos fazer a comemoração on-line da Semana da Ciência e Tecnologia 2007, com publicação de textos e poemas alusivos à temática, em diversos Blogues. Para já os Blogues participantes inscritos são:

NOTA: Post número 200 do nosso Blog...!

Observação Astronómica - ADIADA


A actividade de hoje (Observação Astronómica, no âmbito da Semana da Ciência e Tecnologia) foi anulada, pelo mau tempo (chuva, chuva e mais chuva...).

Uma outra observação será feita noutra data em substituição desta - então obrigadinho, ó S. Pedro...

Dia Mundial do Xadrez


Hoje é o Dia Mundial do Xadrez...!

novembro 18, 2007

Xadrez disciplina obrigatória em S.ª M.ª de Jetibá

Do nosso amigo Charles Moura Netto recebemos um e-mail que muito nos agrada e que deveria servir de exemplo para todo o Mundo:

"Na segunda- feira passada, dia 12 de Novembro de 2007, em sessão ordinária na Câmara Municipal de Santa Maria de Jetibá, foi aprovado por unanimidade o projecto de lei que regulariza o Xadrez como disciplina curricular obrigatória nas escolas municipais ( lei inédita no Estado do Espírito Santo - Brasil) e cria o Clube de Xadrez Municipal. Com a presença maciça de alunos, professores, directores e público em geral no plenário foi debatidos pelos nove vereadores a importância da regulamentação do xadrez pedagógico e sua adopção em todas escolas do município. Esta lei vai beneficiar directamente 3000 crianças em 51 escolas do município e cria o clube do xadrez, espaço físico onde se desenvolverá actividades escaquísticas que atenderá a todos os munícipes que desejarem aprender e/ou praticar a arte dos reis."

Os nossos parabéns - o Blog XadrezLeiria dá os parabéns aos cidadãos de Santa Maria de Jetibá, aos seus autarcas e ao Charles...!

novembro 16, 2007

Observação Astronómica - 19.05.2007


No próximo dia 19 de Novembro de 2007 inicia-se a 10ª edição da Semana da Ciência e da Técnica, que integra o Dia Nacional da Cultura Cientifica (24 de Novembro, data do nascimento do professor Rómulo de Carvalho e do seu alter-ego António Gedeão). Como não podia deixar de ser, este Blog associa-se ao evento, promovendo duas actividades (a que referimos no título deste post e outra que mais tarde divulgaremos...).

Assim estão desde já convidados para a observação astronómica, a realizar em 19.11.2007 (2ª-feira) na Escola Correia Mateus em Leiria, entre as 21.00 e as 24.00 horas. Não é preciso inscreverem-se, basta trazerem roupa quente (gorro, cachecol, luvas e roupa interior...) e, se quiserem ou puderem, comida/bebida para partilhar (e aquecer a alma, como diz um amigo meu...) e meios de observação astronómica (mapas, binóculos, telescópios, etc).

Agradece-se a divulgação deste evento...

Link para o CARTAZ - AQUI.

novembro 15, 2007

Chuva de estrelas deste fim-de-semana

ENXAME DE METEOROS DAS LEÓNIDAS

Neste momento a Terra cruza a órbita do Cometa Tempel-Tuttle e são os restos deste cometa os responsáveis pelo enxame de estrelas que decorre anualmente entre 14 e 20 deste mês, o enxame das Leónidas.

As noites de 17, 18 e 19, são as datas de máxima intensidade desta chuva. O número de estrelas cadentes observado por hora não é muito elevado, mas há boas esperanças que, pelo facto de o cometa ter passado pelo Sol há pouco tempo, haja este ano um aumento significativo de meteoros.

Os apaixonados por este tipo de fenómenos, e os curiosos em geral, poderão nas próximas noites perder algumas horas de sono para apreciar este belo espectáculo.

Os cálculos mostram que em Portugal a observação do pico das Leónidas, será na madrugada do próximo dia 18 de Novembro de 2007, domingo, pelas 02.46 horas muito antes da alvorada. Só nos resta esperar boas condições meteorológicas

O nome deste enxame resulta de os traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação do Leão (o radiante). Como esta constelação só começa a nascer lá para a meia-noite, as observações deverão iniciar-se na 2ª metade da noite.

Conselhos: ir para um local escuro, fora das luzes dos centros populacionais, com um horizonte desimpedido; esperar que os olhos se habituem à obscuridade (cerca de 15 minutos); ir agasalhado e, para maior comodidade, levar uma cadeira (do tipo de cadeira de bordo ou de praia) para poder olhar bem para o alto.

Se o céu se apresentar límpido terá uma maravilhosa visão do céu... Ver-se-á Saturno (mesmo na constelação do Leão) e as maravilhosas estrelas e constelações de Inverno já aparecerão em todo o seu esplendor: Aldebarã e as Pleiades do Touro, a linda Capela muito alta, a brilhante Sirius, Procyon, os Gémeos Castor e Polux, e baixa, a estrela Arcturus.

Não oferecendo perigo para a Terra, estes meteoros poderão eventualmente danificar os inúmeros satélites, científicos e de comunicações, que orbitam a Terra.

Para obter mais informação sobre os "Enxames de Meteoróides" consulte no nosso site a página Almanaques/Outros elementos

Para ver uma imagem que representa o céu às 03h na madrugada do dia 18 de Novembro, consulte:

http://www.oal.ul.pt/index.php?link=destaque&id=88

novembro 12, 2007

Cometa 17P/Holmes


O cometa Holmes continua visível, no céu.

A cabeleira está maior, embora a sua magnitude tenha descido.

Isto é: perdeu intensidade, o seu brilho. Na carta celeste que mostramos, cortesia da revista de astronomia Sky and Telescope, mostramos a sua localização. Deve-se olhar para os céus altos na direcção de noroeste. Como ponto de referência procurar a constelação Cassiopeia, que é bem visível pois as suas estrelas parecem formar um W. Aproveitar este fim de semana, ao cair da noite, antes que a Lua venha por aí, de novo, a estragar tudo...


Post roubado ao Blog Astronomia-Algarve, de Vieira Calado.

novembro 11, 2007

O Stress e os Docentes

Indisciplina
Especialista diz que professores são dos profissionais com maiores índices de stress e exposição ao risco
11.11.2007 - 11h11 Lusa

Os professores são dos profissionais com maiores índices de stress e de exposição ao risco, muito devido à indisciplina dos alunos, que tem aumentado bastante nos últimos anos, disse João Amado, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e autor de várias obras sobre indisciplina.

"A indisciplina agravou-se progressivamente. Passou-se de uma infracção simples das regras para um comportamento mais violento e conflituoso", explicou.

Francisco Meireles, professor de Educação Visual e Tecnológica, não tem dúvidas disso. Depois de 14 anos afastado do ensino a trabalhar nos serviços centrais do Ministério da Educação, o docente regressou à escola no passado ano lectivo e garante que "a surpresa não está a ser nada, nada agradável".

"A degradação instalou-se a passos largos. Os insultos generalizaram-se, há agressões e conflitos quase todas as semanas", contou o professor, de 53 anos, que lecciona na escola básica do 2º e 3º ciclos António da Costa, em Almada.

João Amado, investigador do fenómeno da indisciplina desde o início da década de 1980, garante estar disseminada a desmotivação entre os professores, afectados por uma "grande indefinição na comunidade educativa e pela generalização da própria ideia de crise".

O autor de obras como "Indisciplina e Violência na Escola - Compreender para Prevenir" aponta ainda como motivo do aumento do fenómeno "o facilitismo por parte de muitos pais, que se demitiram totalmente da sua função educativa".

"As famílias desresponsabilizaram-se muito e o facto de não existirem regras em casa é altamente perturbador e potenciador de um comportamento de incivilidade por parte de muitas crianças e jovens", explicou.

Confap aponta o dedo aos docentes

Esta ideia não é aceite por Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que garante que "a globalidade das famílias assume as suas responsabilidades ao nível da educação dos filhos".

Ao invés, o responsável da Confap aponta o dedo aos docentes, alegando que muitos se demitem de exercer a sua autoridade junto dos alunos e que agem com grande condescendência relativamente a situações de indisciplina.

Só isso explica, na sua opinião, que uma mesma turma possa ter um comportamento impecável com um professor e ser altamente indisciplinada com outro, o que diz acontecer com frequência.

Governo não tem dados concretos sobre a indisciplina

O Ministério da Educação não dispõe de dados concretos sobre indisciplina, mas apenas sobre violência no espaço escolar, devendo o relatório referente ao passado ano lectivo ser apresentado no final deste mês.

João Sebastião, presidente do Observatório da Segurança Escolar, explicou que não é possível contabilizar os incidentes de indisciplina, não apenas porque o conceito é abrangente e difícil de definir, mas também devido à própria dimensão do problema.

"Há um milhão e 600 mil alunos nas escolas portuguesas. Se um por cento dos alunos fossem indisciplinados, seriam cerca de 16 mil ocorrências por dia. É uma dimensão gigantesca e incontável", explicou o responsável.

Certo é que há uma percepção generalizada na opinião pública sobre o aumento da indisciplina e da violência na escola, fenómenos que, muitas vezes, andam de braços dados. O próprio Procurador-Geral da República considerou recentemente, em entrevista ao semanário “Sol”, que "a situação de impunidade tem de acabar".

Pinto Monteiro vai mesmo emitir uma directiva ao Ministério Público para fazer uma recolha de dados sobre a situação, "começando pela participação de todos os ilícitos que ocorram nas escolas".

Desde o início do ano lectivo, em apenas dois meses, a linha telefónica SOSprofessor recebeu 37 participações de docentes, das quais nove de agressão física por parte de alunos e encarregados de educação e as restantes relativas a situações de indisciplina grave.

"O fenómeno da indisciplina tem tendido, efectivamente, a aumentar. O quadro de valores na relação com o professor, enquanto pessoa mais velha e figura de autoridade, tem vindo a degradar-se progressivamente", disse à Lusa João Grancho, presidente da Associação Nacional dos Professores (ANP), que lançou e gere aquela linha telefónica de apoio.

Para este responsável, o afastamento dos pais relativamente ao acompanhamento escolar dos filhos, a quebra na imagem pública da escola e o agravamento das desigualdades e tensões sociais nos últimos anos são as principais razões na origem do problema.

Para já, o Governo apostou numa alteração do Estatuto do Aluno, em vigor desde 2002, reforçando a autoridade dos docentes para combater o problema da violência e indisciplina na escola, cuja dimensão tendeu a desvalorizar.

O diploma, aprovado esta semana no Parlamento, prevê a distinção entre sanções correctivas e sancionatórias, agiliza os processos disciplinares e reforça a responsabilização dos pais.

in Público - ver notícia

novembro 05, 2007

Provavelmente É Uma Ministra…

Do Blog A Educação do meu Umbigo, do Paulo Guinote, publicamos, com a devida vénia, o seguinte post, que tomámos a liberdade de roubar, ilustrado com mais um excelente cartoon do Antero:


Já agora dêem lá mais dois euros e comprem o Sol, ou então fiquem-se com os recortes que eu for fazendo e deixando no arquivo. Neste caso uma excelente crónica de Mário Ramires, que pode ser consultada integralmente aqui, mas da qual é impossível não extrair estes pedaços:

«Provavelmente nenhum aluno chumbou por faltas no último ano» disse a ministra em entrevista ao DN. Provavelmente? Como provavelmente? Então o Ministério da Educação, que divulga números exactos e se vangloria com eles, não sabe quantos alunos chumbaram por faltas no último ano?
(…)
Maria de Lurdes Rodrigues diz as coisas com ar tão determinado que não pode viver no mesmo mundo do procurador-geral da República e dos milhares de professores que diariamente lidam com sérios problemas sociais e educacionais nas escolas de todo o país. “Provavelmente”, Maria de Lurdes Rodrigues não vive neste mundo.


A isto acrescentaria três detalhes:

1. Obviamente que o ME sabe tudo e mais alguma coisa que se possa transformar em informação estatística ou outra, pois tudo está a ser minuciosamente monitorizado, desde informações sobre as famílias dos alunos a todos os detalhes sobre pessoal docente e não docente. São tabelas e tabelas do mais detalhado possível. Aquilo que os CE’s são obrigados a enviar para o Big Brother ministerial chega a ser assustador. Neste momento, quem por lá estiver, tem certamente acesso a todo o meu historial como professor (ou mais), horários, assiduidade, atestados passados e quase que futuros. Por isso, tenho muito cuidadinho em aqui nunca fugir aos factos.

2. Obviamente que chumbaram alunos por faltas e é falso que o Estatuto do Aluno em vigor seja demasiado permissivo em matéria de justificação de faltas. Pelo contrário, as propostas actuais é que irão permitir que em Cebolais de Baixo “acordar tarde” seja justificável, enquanto na Tremoceira de Cima o não é. Ou mesmo em escolas quase contíguas. Tudo em nome da autonomia, claro. Que não passa por aí, mas por outras coisas. Antes, e por mim falo, justificação mesmo, só com documento credível, porque assinaturas dos EE’s em recadinhos, há muito que são falsificáveis.

3. Obviamente que MLR vive neste mundo. Porque se não vivesse, não arcaríamos com as consequências dos seus actos; ou de quem age com em seu nome.

Posted (03.11.2007) by Paulo Guinote under Educação, Imprensa, Leituras, O Vento Mudou?, Palhaçada Mesmo

novembro 04, 2007

Cometa 17P/Holmes - uma foto...

(Imagem de João Clérigo e Carlos Reis)

O cometa do momento, ontem à noite. É visível em todo o país...


Post publicado originalmente pelo Blog AstroLeiria.