O Xadrez no Desporto Escolar em Leiria

Este é o Blog oficioso dos Núcleos de Xadrez do Desporto Escolar da Coordenação Educativa de Leiria (CE Leiria). Nele irão ser colocados todos os materiais elaborados pelos Coordenadores dos Núcleos, fotografias de actividades, materiais de apoio, modelos de material, divulgação de actividades, classificações de provas e outros que se ache interessante divulgar. É ainda um lugar de debate de ideias e em que os próprios alunos poderão dialogar, apresentar-se e colocar questões.

agosto 30, 2024

V Torneio Internacional de Xadrez de Caldas da Rainha/APCavalgante Arneirense 11; 12; 13 outubro 2024

V Torneio Internacional de Xadrez de Caldas da Rainha/APCavalgante Arneirense    

11; 12; 13 outubro 2024 

 REGULAMENTO

1.       Local: Associação Cultural Desportiva e Recreativa Arneirense - R. Casal dos Barreiros 2, 2500-290 Caldas da Rainha

2.       Apresentação: A Associação Peão Cavalgante/Arneirense, vai organizar o V Torneio Internacional de Xadrez de Caldas da Rainha/ Associação Peão Cavalgante - Arneirense aberto a todos jogadores filiados na FPX ou em congénere estrangeira. Para quem não está federado (filiado na FPX) poderá inscrever-se por exemplo na Associação Peão Cavalgante/Arneirense, ou noutro clube.

3.       Apoios – Associação CRD Arneirense, Associação Xadrez de Leiria; Federação Portuguesa de Xadrez; Município de Caldas da Rainha, União das Freguesias das Caldas da Rainha – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e União Freguesias Caldas da Rainha - Santo Onofre e Serra do Bouro 

4.       Ritmo de jogo: As partidas têm um ritmo de 90 minutos para terminar a partida, com acrescento de 30 segundos por lance. 

5.

Sistema de jogo e desempates: Sistema suíço a 5 sessões. 

Critérios de Desempate: 

1º Resultado entre empatados (11); 2º Bucholz cortando o pior (37); 3º Bucholz total (37) ;

4º FIDE Tie-Break (8); 5º Maior número de vitórias (12); 

Caso o número de participantes o recomende, a organização, pode proceder a emparceiramento acelerado, nas duas primeiras jornadas. 

Cada jogador terá direito a utilizar 1 “bye”, exceto na 4ª e 5ª Sessões, sendo-lhe averbado 0,5 pontos. Para tal, o jogador deverá comunicar à direcão da prova por escrito essa sua intenção, até ao final da 1ª sessão. 

6.       Datas e horários: 

1ª Sessão: 11 outubro 2024 - 20,30 h; 

2ª Sessão: 12 outubro 2024 - 10,15 h; 

3ª Sessão: 12 outubro 2024 - 16,00 h;

4ª Sessão: 13 outubro 2024 - 10,00 h; 

5ª Sessão: 13 outubro 2024 - 15,30 h 

Sessão de encerramento com entrega de prémios quinze minutos após o término dos jogos da 5ª Sessão.  

7.       Tempo de espera : O tempo de espera máximo para cada jogador iniciar o seu jogo é de 30 minutos, após o que lhe será averbada derrota. 

8.       Inscrições: Devem ser enviadas por email: peaocavalgante@gmail.com ou Telemóvel ou Whatsaap 96 55 05 6 55 (deixar sms e não mensagem de voz) – José Cavadas. 

9.       Taxas de inscrição:  

1º momento – até às 24.00 do dia 29 de setembro: 

Geral – 25 €; Sub08 a Sub18  - 20 € ; 

Jogadores da Associação Peão Cavalgante/Arneirense – 20€  

GM; MI; MF; WGM; WMI; WMF – Isentos de taxa de inscrição.

 



2º Momento: Entre os dias 30 setembro a 11 de outubro – As inscrições serão:  Geral –  30 € ;   jovens Sub08 a Sub18  - 25 € ; 

Jogadores da Associação Peão Cavalgante/Arneirense – 25€  

Aceitam-se inscrições de última hora, no local de jogo, até às 19.15 horas desde que não perturbe a organização.

As inscrições só serão válidas após pagamento: 

IBAN : PT50 0007   0000  0006   2953   5832 3 - Associação Peão Cavalgante.

Os comprovativos dos pagamentos devem ser identificados e enviados para o  e-mail – peaocavalgante@gmail.com

10. Subsídios de participação e Prémios:

 1º lugar – 200 € + Lembrança;  2º lugar – 120 € + Lembrança

3º lugar -     70 €  + Lembrança; 4º lugar – 40 €; 

5º lugar – 20 €; 

 

Prémios Escalão Elo :

Elo - 0 - 1600  - 1º -– 25 €; Elo - 1601 – 1900 -   1º -– 25 €; 

(Estes prémios são acumuláveis com os subsídios da classificação geral).

1º - Sub 20 – Lembrança; 1º - Sub 18 – Lembrança; 1º - Sub 16 – Lembrança; 

1º - Sub 14 – Lembrança; 1º - Sub 12 – Lembrança; 1º - Sub10 – Lembrança; 

1º - Sub08 – Lembrança; 1º Veterano (+50) – Lembrança; 1º Veterano (+65) - Lembrança 

1ª a 3ª Equipa – Troféu

No final há um sorteio entre os presentes de duas inscrições gratuitas para a VI edição deste torneio.

Nota: Jogadores não presentes na entrega de prémios, perdem o direito a qualquer prémio ou benefício atribuído.



11. Será requerida a homologação da prova junto da Federação Internacional de Xadrez, FIDE, e da Federação Portuguesa de Xadrez, nomeadamente para efeitos de contabilização para os respetivos sistemas de classificação pontual ELO. 12. Direção da prova – Rui Batalha 

13. Arbitragem - José Cavadas (Árbitro FIDE) 

.14. Em tudo o omisso neste Regulamento prevalecerá o disposto no Regulamento de Competições da FPX e nas regras do jogo da FIDE, cabendo à Direção da Prova decidir sobre eventuais situações que permaneçam omissas após aplicação dos regulamentos respetivos.

15.  Os participantes autorizam a organização a utilizar os dados pessoais proporcionados, assim como as fotos ou vídeos, para as finalidades próprias relacionadas com a gestão do torneio e a sua divulgação na Internet e meios de comunicação social.

16.  As reservas de quartos, assim como respetivas refeições são tratadas pelos participantes.

Informamos que no local do torneio no Arneirense há possibilidade de haver refeições rápidas. 

17.  Nota importante: Os valores dos subsídios poderão sofrer ajustes, no caso do número de inscritos seja abaixo de 25 inscritos.

março 25, 2024

José Cavadas e Fernando Oliveira ambos da Associação Peão Cavalgante/Arneirense no Encontro do INATEL de Santarém

Fernando Oliveira e José Cavadas 

 Realizou-se dia 24 de março de 2024, o Encontro do Inatel de Santarém integrado no Circuito de Xadrez da Fundação do INATEL 2024.  O ritmo foi de 20 minutos KO.  O sistema utilizado foi o suíço de  6 rondas. 

O local da prova foi a sala de leitura Bernardo Santareno. Diretor do Torneio - Fernando Lopes e a arbitragem esteve a cargo de Carlos Ferreira.

Estiveram presentes 16 jogadores.

A Associação Peão Cavalgante/Arneirense fez-se representar por dois atletas veteranos +50, José Cavadas e Fenando Oliveira. 

Vejamos a classificação:

4º - (=2º) José Cavadas - 4,0 pontos em 6 possíveis (3V- 2E - 1D).

10º - Fernando Oliveira - 3,0 pontos em 6 possíveis (3V  - 0E - 0D)

Foi uma  tarde bem passada. 

Classificação Final

fevereiro 10, 2024

Luís Real (Associação Peão Cavalgante/Arneirense) Vice-Campeão Nacional de Xadrez no escalão - Sub10 ritmo rápido

Luís Real

No dia 10 de fevereiro de 2024 dois jovens Luis Real (Sub10) e Igor Kashporov (Sub18) acompanhados pelo treinador, José Cavadas e pelo pai, Luís Real deslocaram-se à Meirinhas (Pombal) para participarem nos Campeonatos Nacionais Jovens  de Xadrez de ritmo Rápido.

Uma organização da Federação Portuguesa de Xadrez. O ritmo foi de 3 min+2s e o sistema foi o suíço de 9 rondas.

Luís Real foi Vice-Campeão Nacional com os mesmos pontos do campeão Nacional com  7 pontos em 9 possíveis.  Entre 42 participantes.

Luís Real


Igor Kashporov



Nos Sub18, Igor Kashporov fez 3,5 pontos em 9 ficando assim em 41º lugar entre 52 jovens.

Estes dois jovens estão de parabéns!

Igor Kashporov, José Cavadas; Luís Real



fevereiro 03, 2024

Associação Peão Cavalgante/Arneirense com 3 equipas no Campeonato Nacional Semirrápidas de Equipas

No passado dia 27 de janeiro 2024 disputou-se na Marinha Grande, no Sport Operário Marinhense o Campeonato Nacional Semirrápidas de Equipas. Uma competição em que participaram 130 equipas, mais de 520 jogadores presentes. Ritmo foi de 10 minutos mais 5 segundos. O sistema utilizado foi o suíço de 9 rondas. Uma organização da Federação Portuguesa de Xadrez.

Associação Peão Cavalgante/Arneirense apresentou 3 equipas nesta competição. 

A Equipa “A” foi constituída por: Daniel Zink, Rui Batalha, Fernando Oliveira, todos veteranos +50 e  o jovem sub18, Alexander Ferreira.

David Fialho - Henrique Henriques - Joseph B. - Luís Real


A Equipa “B” foi constituída por: António Policarpo (veterano +50), David Fialho (Sub20), Henrique Henriques (Sub18), Joseph Berestizhevsky (Sub16), Luís Real (Sub10).

 

Henrique Tomás - Mário Falcão - José Cavadas - Aníbal Parreira

A Equipa “C” foi constituída por : Aníbal Luís Parreira; José Cavadas, Mário Falcão, Henrique Tomás, Amon Smeet.

Aníbal Parreira e Henrique Tomás, dois veteranos que regressaram esta época à competição federada.

Amon Smeet (sub18) uma estreia na competição federada.

Vejamos agora a classificação das equipas da Associação Peão Cavalgante/Arneirense:

62º - Equipa “A” – 18 pontos, com os mesmos pontos da equipa que ficou em 58º. Com 4 V; 1 E e 4D. Era a 62º da lista inicial e manteve a mesma posição.

76º - Equipa “C” – 17 pontos com os mesmos pontos do 73º.  4V 0E 5 D. Partiu em 113 na lista inicial, subiu 37 lugares.

85º - Equipa “B” – 17 pontos  com 3V 2E 4 D. Era 87º da lista inicial.

Parabéns a todos pela participação numa competição muito exigente devido ao número de jogos disputados, nove jogos onde o cansaço foi mais forte o que se refletiu nos resultados individuais e como consequência nos resultados da equipa.  Para o ano há mais!

 

Classificação Final

agosto 07, 2013

Notícia sobre um amigo nosso no Público

Carlos Dias, um português entre a elite do xadrez 
Jorge Guimarães - 27.03.2013 

Árbitro credenciado, foi nomeado pelo presidente da FIDE para o torneio de candidatos. E fala um pouco sobre os bastidores da prova. 

Há um representante português no torneio de candidatos ao título de campeão mundial de xadrez. Só que não se trata de um jogador. Carlos Oliveira Dias é um dos três árbitros da prova, tendo sido directamente nomeado para essa função pelo presidente da Federação Internacional de xadrez (FIDE), Kirsan Ilyumzhinov, naquela que é a mais importante arbitragem da sua carreira e um feito que nenhum outro juiz português alcançou.
Nascido em Moçambique há 53 anos, em Lourenço Marques, actual Maputo, foi ainda na infância que teve as primeiras luzes sobre xadrez, por intermédio de dois tios, que o introduziram nos segredos de Caíssa. Desde cedo se revelou mais vocacionado para a componente organizativa das provas, tendo começado a desenvolver essa vocação a nível escolar. O período conturbado da descolonização fê-lo regressar, como tantos outros, a Portugal, instalando-se na cidade de Leiria.
No início dos anos 1980 realizou as suas primeiras arbitragens a nível nacional e alcançou o título de árbitro internacional em 1997. O topo da carreira surgiria em 2010, quando lhe foi outorgado o título máximo na arbitragem, o de FIDE Lecturer, que apenas 43 árbitros no mundo inteiro possuem. Em conversa com o PÚBLICO, partilhou algumas das suas impressões sobre aquele que, para muitos, já é classificado como o mais importante torneio da história do xadrez.
No carismático Savoy Place, no centro de Londres, onde decorre a prova, tudo está organizado com o máximo de profissionalismo. O torneio foi planeado de forma rigorosa: desde o conforto providenciado aos participantes aos cuidados para evitar tentativas de fraude por uso de meios informáticos, com detectores de metais e bloqueio de sinal de Internet, passando pelo fornecimento de um tablet aos espectadores presentes, com acesso apenas a uma fonte específica de sinal, que permite seguir os comentários em directo das partidas a decorrer.
“A prova é realmente algo de especial. Desde os aspectos competitivos até aos extracompetitivos, tudo foi programado ao detalhe. As peças são um modelo novo, com design especial e exclusivo. As próprias transmissões são inovadoras”, continua Carlos Dias. Aponta como único senão o ritmo de reflexão utilizado, sem incremento de tempo por jogada nos primeiros 60 lances e, a partir daí, com 30 segundos acrescidos, o que já valeu ao infeliz Vassily Ivanchuk três derrotas por exceder o limite estipulado de duas horas para os primeiros 40 movimentos.
Ivanchuk é apenas um dos grandes xadrezistas com os quais o árbitro português convive regularmente. “Os jogadores, de um modo geral, são simpáticos. Claro, uns mais que outros. O [Levon] Aronian chegou mesmo a juntar-se a mim e ao árbitro chefe na cerimónia de abertura e, quando lhe disse que a primeira vez que o arbitrei foi em Cappelle, em 1996, era ele um garoto, respondeu-me: ‘The good old days [Os bons velhos tempos].’ O [Boris] Gelfand, por exemplo, bebe um expresso no início e outro quase ao fim das sessões. Já nem pede... no tempo certo, lá está o café”, conta.
A visita a Lisboa da elite do xadrez mundial esteve na agenda da FIDE até há pouco tempo - estava prevista a realização do terceiro torneio da série Grand Prix na capital portuguesa -, mas, por decisão da Agon (empresa que detém os direitos de organização do evento), a prova acabou por ser desviada para Zurique, onde Carlos Dias fará a próxima arbitragem: “Com o cancelamento do torneio de Lisboa, perdemos uma boa oportunidade de dar um empurrão no nosso xadrez. Mas outras provas virão, estou certo.”
in Público - ler notícia

NOTA: o meu amigo Carlos Dias, árbitro, jogador e empresário na área do Xadrez, tem feito imenso pelo desporto que eu pratico desde longa data - os nossos parabéns pela notícia!

junho 17, 2013

O antigo Campeão do Mundo de Xadrez Tigran Petrosian nasceu há 84 anos

Tigran Vartanovich Petrosian (Tíflis, Geórgia, 17 de junho de 1929 - Moscovo, 13 de agosto de 1984) foi um jogador de xadrez e Campeão do Mundo da modalidade.
Os seus resultados no torneio trienal, que determina o jogador que se bate com o campeão do mundo pelo título da modalidade, demonstram uma sólida evolução: 5º em Zurique em 1953; 3º lugar partilhado em Amsterdão em 1956; 3º na Jugoslávia em 1959; 1º em Curaçao em 1962. Em 1963 derrotou Mikhail Botvinnik com o resultado 12,5 – 9,5 tornando-se campeão do mundo de xadrez.
Petrosian defendeu o seu título em 1966, derrotando Boris Spassky por 12,5 – 11,5. Contudo, em 1969, o mesmo Spassky derrotou-o por 12,5 – 10,5. Em 1968, a universidade de Yerevan concedeu-lhe um mestrado, tendo Tigran apresentado a tese "Lógica no Xadrez".
Tigran Vartanovich Petrosian foi o único jogador a ganhar um jogo a Bobby Fischer durante os últimos jogos do Torneio de Candidatos de 1971, acabando com a sequência impressionante de Fischer de dezanove vitórias consecutivas (6 ainda nos jogos do agrupamento Interzonal, 6 frente a Mark Taimanov, 6 frente a Larsen e ainda o primeiro jogo do seu match).
O seu nome baptiza duas importantes aberturas: a variação de Petrosian da Defesa Índia do Rei (1. d4 Cf6 2. c4 g6 3. Cc3 Bg7 4. e4 d6 5. Cf3 O-O 6. Be2 e5 7. d5) e também a seguinte jogada na Defesa Índia da Dama (1. d4 Cf6 2. c4 e6 3. Cf3 b6 4. a3).

julho 06, 2012

4 Torneios de Xadrez na Nazaré - 14 e 21 Julho

Nos dias 14 e 21 Julho vão realizar-se Quatro Torneios em ritmo semi-rápido na Nazaré. Uma organização da Associação Peão Cavalgante; Academia Xadrez Benedita e Município da Nazaré.
Dois torneios diurnos e dois noturnos às 16:00 horas e 20:45 horas. Na Praça Sousa  Oliveira.
A taxa de inscrição para cada torneio é de 3€. Os torneios são para todas as idades.


No ano passado foi assim  - Ver aqui

Regulamentos das provas

Inscrevam-se! E divulguem

maio 05, 2012

Botvinnik, o jogador de Xadrez que foi campeão mundial por três vezes, morreu há 17 anos

Mikhail Moiseyevich Botvinnik (Kuokkala, 17 de agosto de 1911 - Moscovo, 5 de maio de 1995) foi um xadrezista soviético e Campeão do Mundo de Xadrez.
Sem surpresa, Botvinnik continuou a sua senda de sucesso e deteve o título de Campeão do Mundo em três períodos distintos (1948-57, 1958-60 e 1961-63). A sua longa permanência na elite mundial do xadrez é atribuída à sua impressionante dedicação ao estudo. A preparação dos jogos e a sua análise posterior não eram armas que os seus antecessores esgrimissem, sendo contudo este estudo que conferia a Botvinnik muita da sua força. A técnica em vez da tática, perícia no final em vez das armadilhas nas aberturas.
Adoptou e desenvolveu linhas sólidas de aberturas na Nimzo-Indiana, Defesa Eslava e Defesa Francesa, que se aguentaram perante vários testes, sendo-lhe possível concentrar-se num pequeno repertório de aberturas durante os seus match’s mais importantes, permitindo-lhe frequentemente encaminhar o jogo para temas bem preparados. Por várias vezes defrontou, em encontros de treino "secretos", mestres do calibre de Flohr, Yuri Averbakh e Viacheslav Ragozin. Foi o desvendar, muitos anos depois, dos detalhes destes encontros, que proporcionou aos historiadores do xadrez uma abordagem inteiramente nova ao reinado de Botvinnik.
É talvez surpreendente que Mikhail Moiseyevich Botvinnik não seja solidamente apontado como um concorrente ao título de melhor jogador de todos os tempos.
Sem surpresa, Botvinnik continuou a sua senda de sucesso e deteve o título de Campeão do Mundo em três períodos distintos (1948-57, 1958-60 e 1961-63). A sua longa permanência na elite mundial do xadrez é atribuída à sua impressionante dedicação ao estudo. A preparação dos jogos e a sua análise posterior não eram armas que os seus antecessores esgrimissem, sendo contudo este estudo que conferia a Botvinnik muita da sua força. A técnica em vez da tática, perícia no final em vez das armadilhas nas aberturas.
Por um lado, os seus feitos foram indubitavelmente impressionantes e deve ser recordado que muitos dos seus rivais, os mais jovens Paul Keres, David Bronstein, Vasily Smyslov, Mikhail Tal e Tigran Petrosian eram, por mérito próprio, jogadores formidáveis. Ele ainda iniciou uma nova forma de encarar o xadrez, com a sua forma de treino e profunda preparação das aberturas.
Por outro lado, os críticos apontam o fato de raramente aparecer em torneios após a Segunda Guerra Mundial e o seu registo fraco em match’s do campeonato do mundo – duas derrotas, das quais conseguiu recuperar o título na desforra, tendo lutado para conseguir empatar os outros dois match’s. Muitos consideram ainda que o jogo de Botvinnik era baseado na precisão dos movimentos, em vez de o ser nas jogadas intuitivas ou espetaculares – embora o jogador, de classe mundial, Reuben Fine tenha escrito que a coleção dos melhores jogos de Botvinnik era uma das "três mais belas".
Três fatores contrinbuíram para o seu registo algo inconsistente. A Segunda Guerra Mundial rebentou exatamente quando Botvinnik entrou no seu melhor período – ele poderia ter sido campeão mundial 5 anos mais cedo, se a guerra não tivesse interrompido as competições internacionais de xadrez. Ele foi o único xadrezista de classe mundial que tinha em simultâneo com a sua atividade no xadrez, uma distinta e longa carreira noutro área – o governo soviético condecorou-o pelos seus feitos em engenharia, e Fine contava uma história que mostrava que Botvinnik estava igualmente comprometido com a engenharia e o xadrez. Finalmente, os campeões do mundo anteriores estavam livres para evitar os seus concorrentes mais fortes, da mesma forma que se passa com os pesos pesados do boxe atualmente – Botvinnik foi o primeiro campeão a ter de enfrentar os seus concorrentes mais fortes de três em três anos, e ainda assim conservou o título mais tempo que qualquer um dos seus sucessores excetuando Garry Kasparov.
Dos anos 1960 em diante, Mikhail Botvinnik preferiu, em vez da competição, dedicar-se ao desenvolvimento de programas de xadrez para computador e assistir e treinar jogadores mais novos – os três famosos K’s soviéticos Anatoly Karpov, Garry Kasparov e Vladimir Kramnik foram três dos seus muitos estudantes.

abril 13, 2012

Um dos melhores xadrezistas de sempre faz hoje 49 anos

Garry Kasparov, nascido Garry Kimovich Weinstein, Baku, em 13 de abril de 1963, é um Grande Mestre e ex-campeão mundial de xadrez, escritor e ativista político nascido na República Socialista Soviética do Azerbaijão, União Soviética (atual Azerbaijão). É considerado por muitos o maior xadrezista de todos os tempos.

março 09, 2012

Bobby Fischer - o melhor xadrezista de sempre - nasceu há 69 anos

Robert "Bobby" James Fischer (Chicago, 9 de março de 1943 - Reykjavik, 17 de Janeiro de 2008) foi um famoso xadrezista originalmente norte-americano, naturalizado islandês e ex-campeão mundial de xadrez.
Filho de pai alemão, Hans-Gerhardt Fischer, um biofísico e mãe judia-suíça naturalizada norte-americana, Regina Wender, aprendeu a jogar xadrez aos seis anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (dentre eles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar. Mudou-se cedo para a Califórnia e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pôde desenvolver-se em grandes clubes seculares como o Marshall e o Manhattan.
Aos treze anos jogou a "Partida do Século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker, na Alemanha.
Fischer venceu também o campeonato norteamericano oito vezes em oito participações (1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1973, 1975 e 1986), sendo a primeira aos catorze anos em 1957 e a segunda aos quinze, em 1958. Venceu jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos dez melhores de todos os tempos - até então TOP 10), com tão pouca idade. De dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1992, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov. Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios de que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
A principal façanha da sua carreira foi a classificação para chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov (xadrezista do top 10) por 6x0 num jogo melhor de 10. Fischer venceu Larsen (que era um dos cinco melhores jogadores do mundo) por 6x0 num jogo melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5x2,5 num jogo melhor de 10. Havia uma hegemonia russa desde quando Alekhine derrotou Capablanca em 1921. Após a recusa de Fischer de defender o título em 1975, a hegemonia de russos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000.
Em 1992, Fischer voltou a disputar um encontro contra Boris Spassky. Mesmo Fischer estando 20 anos afastado, enquanto Spassky permaneceu ativo durante todo este tempo, Fischer venceu com relativa facilidade e introduziu diversas novidades teóricas.
Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceitado. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005.
Em eleição feita pelo principal periódico internacional de xadrez, o Sahovski Informator, Fischer foi considerado pelos grandes mestres como o melhor xadrezista do século XX, à frente de Kasparov.
Fischer foi o único xadrezista a vencer por 6x0 dois matches no Torneio de Candidatos. Tinha memória extraordinária, capaz de memorizar mais de 20 partidas relâmpago consecutivas. Consta que tinha um QI de 187 (outras fontes indicam 184 e 181).
Bobby Fischer morreu em 17 de janeiro de 2008, na Islândia, aos 64 anos.

março 08, 2012

O grande campeão Capablanca morreu há 70 anos

 Partida entre Capablanca e Alekhine
Jose Raúl Capablanca y Graupera (Havana, 19 de novembro de 1888 - Nova Iorque, 8 de março de 1942) foi um xadrezista cubano detentor do título de campeão do mundo da modalidade entre 1921 e 1927.
Capablanca é referido por vários historiadores da modalidade como o Mozart do xadrez, uma vez que o seu brilhantismo desde cedo se evidenciou.
Aos quatro anos teria aprendido as regras do xadrez simplesmente observando o seu pai a jogar. Conta-se que Capablanca teria visto o seu pai fazer uma jogada ilegal com o cavalo, acusando-o de fazer batota e seguidamente explicando-lhe o que teria feito.
Com doze anos de idade Capablanca derrotou o campeão de Cuba, Juan Corzo, obtendo o resultado de 4 vitórias, 2 derrotas e 6 empates.
Em 1909, aos vinte anos, Capablanca venceu o campeão dos Estados Unidos, Frank Marshall, uma vitória avassaladora com o resultado de oito vitórias, uma derrota e catorze empates. Note-se que Marshall era um jogador com qualidade suficiente para ter disputado um match pelo título de campeão do mundo apenas dois anos antes.
Em 1911, persuadido por Marshall, Capablanca jogou o torneio de São Sebastião, Espanha, um dos mais importantes torneios do mundo na altura, veja-se que dentre os jogadores de topo da época apenas o campeão do mundo, Emanuel Lasker, não estava presente. Ossip Bernstein e Aaron Nimzowitsch discordaram da presença de Capablanca por este ainda não ter vencido um torneio de relevo, a resposta de Capablanca foi vencer a primeira ronda contra Bernstein, tendo este jogo conquistado o prémio de brilhantismo. Após isto, Bernstein ganhou um novo respeito por Capablanca e afirmou que não seria surpresa para ele se Capablanca viesse a ganhar o torneio. O jovem cubano levou facilmente de vencida Nimzowitsch em alguns jogos blitz que disputaram. Os mestres reconheceram que não havia quem levasse a melhor a Capablanca nas variantes rápidas do jogo. Capablanca venceu ainda Nimzowitsch naquele que foi considerado o jogo do torneio.
Capablanca surpreendeu o mundo do xadrez ao vencer o torneio com seis vitórias, uma derrota e sete empates, superando Akiba Rubinstein, Carl Schlechter e Siegbert Tarrasch.
Em 1911 Capablanca desafiou Lasker para disputarem o campeonato do mundo, este assentiu mas impôs dezassete condições para o match. Como Capablanca não acordou com estas condições o match acabou por não se disputar.
Em Setembro de 1913, Capablanca conseguiu lugar no Gabinete dos Negócios Estrangeiros cubano, onde não tinha qualquer tarefa senão jogar xadrez. Esta posição permitiu-lhe defrontar em vários jogos de exibição os melhores jogadores europeus, onde provou a sua superioridade.
Em 1914, num torneio em São Petersburgo, Capablanca encontrou Lasker no tabuleiro pela primeira vez, e, apesar de ter estado com uma vantagem de 1,5 pontos acabou por perder para Lasker, com 13 pontos contra os 13,5 deste, embora com larga vantagem para o terceiro classificado Alexander Alekhine.
Em 1920, Lasker verificou que Capablanca estava demasiado forte para ele, e desistiu do seu título em favor deste dizendo que "Você ganhou este título não através dum desafio formal, mas através das suas brilhantes capacidades." Apesar disso, Capablanca queria vencer num match, mas Lasker insistiu que ele próprio é que era o desafiante, que se disputou em Havana em 1921, o resultado cifrou-se em +4 -0 =10. O feito de ganhar o título de campeão do mundo sem derrotas só tem paralelo na vitória de Vladimir Kramnik sobre Garry Kasparov +2 -0 =14 em 2000.
Já como campeão do mundo, Capablanca dominou absolutamente em 1922 em Londres. Nesta altura apareciam cada vez mais jogadores de qualidade e pensou-se que o campeão do mundo não deveria poder evitar desafios ao seu título, como se verificou até então. Neste torneio os grandes jogadores da época Alekhine, Bogolyubov, Maroczy, Réti, Akiba Rubinstein, Tartakower e Vidmar encontraram-se para discutir as regras pelas quais se conduziriam os futuros campeonatos. Entre outras condições, uma imposta por Capablanca foi que o desafiante deveria angariar um mínimo de dez mil dólares para o prize money. Nos anos que se seguiram Rubinstein e Nimzowitsch desafiaram Capablanca mas não conseguiram reunir o dinheiro suficiente. Posteriormente Alekhine desafiou Capablanca, residindo o seu suporte financeiro num grupo de empresários argentinos e no próprio presidente do país.
No período em que foi campeão do mundo, Capablanca teve grandes mudanças na sua vida pessoal, em Dezembro de 1921 casou com Gloria Simoni Beautucourt, deste casamento nasceram José Raul em 1923 e Gloria em 1925, o casal acabou contudo por se divorciar. Neste período os pais de Capablanca faleceram.
Em 1924 Capablanca foi o segundo classificado atrás de Lasker em Nova Iorque, novamente com larga vantagem para o terceiro classificado Alekhine, em Moscovo em 1925 ficou-se somente pelo terceiro lugar atrás de Efim Bogolyubov e Lasker, mas dominou completamente o torneio de seis jogadores disputado em Nova Iorque em 1927, ao não perder qualquer jogo e terminando com 2,5 pontos de vantagem para Alekhine. Nestas condições Capablanca era o claro favorito à vitória no match contra Alekhine a disputar nesse ano.
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Em 1920, Lasker verificou que Capablanca estava demasiado forte para ele, e desistiu do seu título em favor deste dizendo que "Você ganhou este título não através dum desafio formal, mas através das suas brilhantes capacidades." Apesar disso, Capablanca queria vencer num match, mas Lasker insistiu que ele próprio é que era o desafiante, que se disputou em Havana em 1921, o resultado cifrou-se em +4 -0 =10. O feito de ganhar o título de campeão do mundo sem derrotas só tem paralelo na vitória de Vladimir Kramnik sobre Garry Kasparov +2 -0 =14 em 2000.
Já como campeão do mundo, Capablanca dominou absolutamente em 1922 em Londres. Nesta altura apareciam cada vez mais jogadores de qualidade e pensou-se que o campeão do mundo não deveria poder evitar desafios ao seu título, como se verificou até então. Neste torneio os grandes jogadores da época Alekhine, Bogolyubov, Maroczy, Réti, Akiba Rubinstein, Tartakower e Vidmar encontraram-se para discutir as regras pelas quais se conduziriam os futuros campeonatos. Entre outras condições, uma imposta por Capablanca foi que o desafiante deveria angariar um mínimo de dez mil dólares para o prize money. Nos anos que se seguiram Rubinstein e Nimzowitsch desafiaram Capablanca mas não conseguiram reunir o dinheiro suficiente. Posteriormente Alekhine desafiou Capablanca, residindo o seu suporte financeiro num grupo de empresários argentinos e no próprio presidente do país.
No período em que foi campeão do mundo, Capablanca teve grandes mudanças na sua vida pessoal, em Dezembro de 1921 casou com Gloria Simoni Beautucourt, deste casamento nasceram José Raul em 1923 e Gloria em 1925, o casal acabou contudo por se divorciar. Neste período os pais de Capablanca faleceram.
Em 1924 Capablanca foi o segundo classificado atrás de Lasker em Nova Iorque, novamente com larga vantagem para o terceiro classificado Alekhine, em Moscovo em 1925 ficou-se somente pelo terceiro lugar atrás de Efim Bogolyubov e Lasker, mas dominou completamente o torneio de seis jogadores disputado em Nova Iorque em 1927, ao não perder qualquer jogo e terminando com 2,5 pontos de vantagem para Alekhine. Nestas condições Capablanca era o claro favorito à vitória no match contra Alekhine a disputar nesse ano.
Após ter perdido o título, Capablanca venceu vários torneios fortes, e em 1931 derrotou Max Euwe +2 -0 =8. Em seguida retirou-se do xadrez de alto nível, jogando apenas em jogos de menor responsabilidade no Manhattan Chess Club e simultâneas. Reuben Fine refere que neste período estava a um nível próximo do de Alekhine no blitz, mas Capablanca vencia-o "sem misericórdia" nas poucas vezes que jogaram.
Em 1934, Capablanca voltou a jogar ao mais alto nível. Tinha encontrado uma nova companheira, Olga Chagodayev, com quem casou em 1938, que o levou a jogar novamente. Em 1935, Alekhine perdeu o título para Euwe. Capablanca ficou com esperanças renovadas quanto à possibilidade de recuperar o título, tendo vencido o torneio de Moscovo em 1936, à frente de Botvinnik e Lasker. Venceu empatado com Botvinnik o super-torneio de Nottingham também em 1936, à frente de Euwe, Lasker, Alekhine e os jogadores jovens mais promissores, neste torneio Capablanca e Alekhine defrontaram-se pela primeira vez desde o fatídico match e Capablanca conseguiu vingar-se. A sua "raiva mútua" era ainda forte, por isso nunca eram vistos sentados os dois junto ao tabuleiro por mais de alguns segundos, cada um fazia a sua jogada levantando-se em seguida.
Em 1937, Euwe, ao contrário do que Alekhine fez com Capablanca, correspondeu à obrigação de permitir a Alekhine o match de desforra, que este ganhou sem dificuldade. Depois disto, já não havia esperança para Capablanca recuperar o título, e Alekhine não jogou mais nenhum match pelo campeonato do mundo até à sua morte. O controlo absoluto que o campeão fazia do título fez com que a FIDE adquirisse o controlo da atribuição do título, para garantir que o melhor concorrente tivesse a possibilidade de defrontar o campeão.
Durante o torneio AVRO de 1938 ele sofreu um pequeno ataque cardíaco e também o pior resultado da sua carreira, sétimo de oito. Ainda assim, conseguia obter grandes resultados no tabuleiro, na Olimpíada de xadrez de 1939, em Buenos Aires, conseguiu o melhor resultado para Cuba, vencendo Alekhine e Paul Keres.
Na tarde de 7 de março de 1942, no Clube de Xadrez de Manhattan, Capablanca subitamente sofreu uma severa dor de cabeça e começou a perder a consciência. Foi levado às pressas ao hospital e na manhã seguinte, nos braços de sua mulher Olga, morreu de hemorragia cerebral… Havana enterrou seu herói nacional com honras de Estado.
Meus Grandes Predecessores Vol. 1, Garry Kasparov
Foi neste hospital que Emanuel Lasker tinha falecido um ano antes. O seu arqui-rival Alekhine escreveu "Com a sua morte, perdemos um enorme génio no xadrez, como nunca veremos igual".
Capablanca ainda é considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Ele é especialmente conhecido pela sua rapidez de julgamento, isenção de erros, grande qualidade nos finais e estilo posicional. É ainda conhecido pelo seu enorme talento natural e pelo pouco tempo despendido se preparando para os torneios.
Em toda a sua carreira, Capablanca sofreu menos de cinquenta derrotas em jogos oficiais, conseguindo ainda o feito de estar invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923 inclusive, uma série de 63 jogos sem perder incluindo a vitória no campeonato do mundo. De facto, apenas Marshall, Lasker, Alekhine e Rudolf Spielmann ganharam dois ou mais jogos "a sério" do já amadurecido Capablanca, embora levem desvantagem no total dos confrontos, Capablanca vs Marshall +20 -2 =28, vs Lasker +6 -2 = 16, vs Alekhine +9 -7 =33, excepto Spielmann que tem o resultado empatado +2 -2 =?. Dos jogadores de topo, apenas Keres tinha vantagem nos confrontos com Capablanca +1 -0 =5, note-se que esta vitória foi conseguida quando Capablanca já tinha cinquenta anos de idade.
Richard Réti afirmou que "O xadrez era a língua mãe de Capablanca". E, de acordo com o sistema de classificação de Jeff Sonas, do sítio chessmetrics, Réti não se engana muito, visto que Capablanca lidera as listas em períodos de 1 ano, 3 anos, 5 anos e 9 anos.
Capablanca não fundou uma nova escola per se, mas o seu estilo influenciou muito o jogo de dois campeões do mundo Bobby Fischer e Anatoly Karpov. Mikhail Botvinnik também escreveu que tinha aprendido muito com Capablanca, e até apontou que o próprio Alekhine aprendeu muito com este em termos de jogo posicional, antes do match que os iria tornar rivais para sempre.
Botvinnik apontava o livro de Capablanca Chess Fundamentals como indubitavelmente o melhor livro de xadrez alguma vez escrito. Nele, Capablanca referia que apesar de o bispo ser habitualmente mais forte que o cavalo, a combinação dama e cavalo era normalmente superior à combinação dama e bispo. Botvinnik atribui a Capablanca os créditos por ter sido ele o primeiro a ter esta noção.

janeiro 30, 2012

O ex-campeão do mundo de Xadrez, Boris Spassky, nasceu há 75 anos

Boris Spassky em 1984
Boris Vasilievich Spassky, (Leninegrado, 30 de Janeiro de 1937) é um jogador de xadrez russo naturalizado francês e antigo campeão mundial.
Aprendeu a jogar xadrez aos cinco anos de idade e, aos 18 ganhou o Campeonato do Mundo de Xadrez de Juniores, disputado na cidade belga de Antuérpia, e tornou-se GMI (grandmaster - Grande Mestre Internacional, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritivos).
Spassky era considerado um jogador equilibrado, podendo adaptar o seu estilo de jogo ao adversário, o que lhe conferiu uma boa vantagem para levar de vencida muitos grandmasters de topo. Por exemplo, no match final do torneio dos candidatos (onde o vencedor será o contendor do campeão do mundo em título, disputando-lhe o título) contra Mikhail Tal, um táctico lendário (Tbilisi, 1965), Spassky consegui conduzir o jogo evitando a força da táctica de Tal. Esta vitória conduziu-o para o seu primeiro match pelo Campeonato do Mundo contra Tigran Petrosian em 1966. Spassky acabou por perder por 12,5 – 11,5, mas ganhou o direito a desafiar Petrosian novamente três anos depois. Mais uma vez, a flexibilidade do estilo de Spassky foi a chave para a vitória que acabou por celebrar contra Petrosian, por 12,5 – 10,5, no campeonato de 1969 – ao adaptar-se ao estilo de Petrosian.
O reinado de Boris Vasilievich Spassky como Campeão do Mundo durou apenas três anos, uma vez que perder o título para o americano Bobby Fischer em 1972. A disputa foi em Reykjavík, capital da Islândia, no auge da Guerra Fria e consequentemente foi vista como um símbolo da confrontação política existente. Fischer ganhou e Spassky voltou para a URSS em desgraça, apesar disso Spassky continuou a jogar ganhando vários campeonatos incluindo o Campeonato Soviético em 1973.
Em 1974, no apuramento dos candidatos, Spassky perdeu para a estrela em ascensão Anatoly Karpov em Leningrado, +1 -4. Karpov reconheceu publicamente a superioridade de Spassky, mas após uma série de jogos soberbos, Karpov conquistou os pontos suficientes para conquistar o match.
Nos anos seguintes Spassky mostrou-se relutante a dedicar-se totalmente ao xadrez. Confiando no seu talento natural soberbo para o jogo, e por vezes preferia jogar uma partida de ténis, em vez de trabalhar afincadamente no tabuleiro. Com efeito, o Campeonato Mundial de 1972 e o match dos candidatos contra Karpov em 1974 assinalaram o início duma fase descendente da carreira de Spassky. Spassky casou-se com uma senhora francesa na década de 1970, adquirindo a nacionalidade francesa em 1978.
Em 1992 Fischer, após um afastamento de 20 anos do xadrez, reapareceu para jogar contra Spassky em Belgrado e Montenegro, reeditando o Campeonato Mundial de 1972. Na altura, Boris Spassky ocupava a 106ª posição no ranking da FIDE, enquanto Fischer, devido à sua inactividade durante 20 anos, nem aparecia na lista. Este match foi basicamente o último grande desafio de Boris, infelizmente problemas de saúde não lhe permitiram apresentar uma performance credível exceptuando em algumas partidas – o resultado foi +5 -10 =1.
 

janeiro 17, 2012

O maior jogador de Xadrez de sempre morreu há 4 anos

Robert "Bobby" James Fischer (Chicago, 9 de março de 1943Reykjavik, 17 de janeiro de 2008) foi um famoso xadrezista originalmente norte-americano, naturalizado islandês e ex-campeão mundial de xadrez.
Filho de pai alemão, Hans-Gerhardt Fischer, um biofísico e mãe judia-suíça naturalizada norte-americana, Regina Wender, aprendeu a jogar xadrez aos seis anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (dentre eles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar. Mudou-se cedo para a Califórnia e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pôde desenvolver-se em grandes clubes seculares como o Marshall e o Manhattan.
Aos treze anos jogou a "Partida do Século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker, na Alemanha.
Fischer venceu também o campeonato estadunidense oito vezes em oito participações (1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1973, 1975 e 1986), sendo a primeira aos catorze anos em 1957 e a segunda aos quinze, em 1958. Venceu jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos dez melhores de todos os tempos - até então Top 10), com tão pouca idade. De dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1992, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov. Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
A principal façanha da sua carreira foi a classificação para chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov, xadrezista top 10) por 6x0 num jogo melhor de 10. Fischer venceu Larsen (que era um dos cinco melhores jogadores do mundo) por 6x0 num jogo melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5x2,5 num jogo melhor de 10. Havia uma hegemonia russa desde quando Alekhine derrotou Capablanca em 1921. Após a recusa de Fischer defender o título em 1975, a hegemonia de russos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000.
Em 1992, Fischer voltou a disputar um encontro contra Boris Spassky Mesmo Fischer estando 20 anos afastado, enquanto Spassky permaneceu ativo durante todo este tempo, Fischer venceu com relativa facilidade e introduziu diversas novidades teóricas.
Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceitado. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005.
Em eleição feita pelo principal periódico internacional de xadrez, o Sahovski Informator, Fischer foi considerado pelos grandes mestres como o melhor xadrezista do século XX, à frente de Kasparov.
Único a vencer por 6x0 dois matches no Torneio de Candidatos. Tinha memória extraordinária, capaz de memorizar mais de 20 partidas relâmpago consecutivas.
Bobby Fischer morreu em 17 de janeiro de 2008, na Islândia, aos 64 anos.